Na infância, o meu passatempo preferido era andar de bicicleta, incluindo aí ir para as casas de meus tios, que moravam na zona rural do Município. Um dia, indo com uma das minhas primas para sua casa, conversando, rindo e pedalando rápido, esqueci que, já próxima a casa dela, havia uma descida e o terreno era pedregoso, daqueles que derrapam. Não deu outra, ao frear caí para um lado e a bicicleta para o outro. Ao me levantar, ainda assustada, e com muitos arranhões nos joelhos, nos braços e no rosto, mas com o sangue ainda quente, arrumei a bicicleta e continuei, eu e a minha prima, rumo a sua casa. No caminho, enquanto pedalava, e refeita do susto, ri da própria queda.
Quando chegamos ao destino, a minha tia, ao me ver com aqueles ferimentos sagrando, foi logo providenciando água, sabão e Merthiolate. Confesso que passei a noite gemendo e o sono, naquela noite, foi conciliado com muita dificuldade.
No outro dia, ao chegar em casa, minha mãe me perguntou: “O que foi isto minha filha?” No que respondi: – Aprendi mais uma lição ontem, mamãe -descida, pedregulho e freio dianteiro juntos, não combinam.
Professora Ieda Chaves Freitas 